segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Essa foi ótima, mais uma do Pablo G

"... enquanto isso na aldeia, o sol esta apagando e o  índios temem ficar no escuro.

Já procuramos o cacique e seus miquinhos adestrados eles vão nos deixar nas sombras. 

Primeiro ato – A procura dos ex-caciques que viraram espíritos.

-Onde estão os ex-caciques?
– viraram espírito.
-Vamos ao pajé pedir reza e  pajelança.

Segundo Ato – Na oca do pajé

-Uga uga ugga eu sô o pajé ó... pajé viu espírito de ex-cacique que pois cacique no puleiro  ó, hum hum ...
-Fala pra nois pajé pra eles nos ajudá, a sombra vai nos cumê.
-hum hum veja na fumaça do café do pajé ó hum

... primeiro ex- cacique que pois cacique no puder ó... hum Coo huummmm xu, ó ó  pé....hum .. ó....
-Ex-cacique não pode vir não .. ó ...
-Mas, porque pajé ele subiu no puleiro com o cacique atual, apoiou o cacique atual,  nois  canfiamos nele pajé, como vamo ficá... ?
-hum hum côo hummmm xu ó ó pé ... acho que ó pé  na B.
Ele manda dizê que ta ocupado, tá contando verdinha, e acabando com tudo que índio que lida com café.  Ó ó ó hum hum;

......segundo caciquinho “o ruim” qnumganhô hum hum ... mau mau
Pajé ta vendo caciquinho “o ruim” qnunganhô mau mau.
-fala pra ele vir nos ajudá, pelo amor de tupã... ele apoio o atual cacique, ajudou, vendeu, ganhou, entregou ...nos confiamo nele ..e ?
Hum hum  qnunganhô não pode vir não... ó ó hum hum. Olha na fumaça falsa ...
Ó ó ó ... “o ruim qnunganhô ta armando para outros cacique, pra depois entregá... e vendê e ganhá...ó ó ó ó

-E os malandros, rufiões, gigolôs e vagabundos que ajudô cacique atual ir para o puleiro?
-pajé ta vendo todos eles .. ó ó ó  e eles diz que não pode vir não ....
-Mas, como pajé!!! Eles dançaram, sapatearam, buzinaram, soltaram bomba, e nois confiamos neles, e noís como fica?
-Presta atenção na fumaça e no pó que levanta..ó ó hum hum hum ....
- Cadê  eles pajé?
Hum tão tudo no carijó. Ó ó ó ´o ó ó ó ó ´......."

 Pablo Garcia 2014




Pérolas de Pablo Garcia II


“A cigana leu o meu destino”

-mi hijo, usted habla ESPAÑOL?
-não, eu disse
-entom oste precisa aprendar, para ir morar El  Paraguay, cantar  “La Paloma, India sangre tupy, Guacyra.
-porque cigana? Gosto da minha cidade.
-Vejo muita coza errada, mi hijo.
-o que por exemplo? – preocupado
-Veso una silla vacía, uma cadeira vacía como oste diz por aqui, uma cadeira grande, de muita responsabilidade.
Veso tambiem onze monos sentados em onze cadeiras, batendo palmas, comendo pipoca e fazendo bolhinhas de sabão. Duas são monas rechonchudas que riem bastante.
- o que isto cigana?
-Não preocupe mi hijo, as bolinhas de sabão são lindas.
-mas, o que estas cadeiras têm a ver com a cidade? – assustado.
-Esa cadera grande, fica mutio tempo vacía , gusanos, vermes subirão e começarão a comer tudo que vier na frente, a ciudad vai ficar una calamidad, sombras vão dirigir os caminhões e deixarão os lixos;
donde había flores haberá o mato que engolirá os bancos e praças;
bolços de calças que falam e  estaban vacíos serán lotados de dinero, prateleiras de remédios ficarão vacías, assim tambiem como o pátio de ambulâncias.
-Cigana, a senhora está me deixando apavorado.
-Calma, me hijo, es sólo el principio, vai piorar muito.
Veso professoras maestras desesperadas gritando pelas rulas e niños sin educación, veso tambiem merenda sem carne.
Veso filas de populacion sem atendimento médico, veso buracos nas estradas e ruas, veso coches ou veículos públicos destruídos, mas, contas altas pagas na oficina;
Emplegados públicos enojados con aquellos que son sus chefes y ganan mucho y não fazem nada e incompetentes. Ostes chamam secretários.
Vezo el odio de la población contra aquele que deixou a cadeira vacía.
-Tudo isso, cigana?
-não fica triste, mi hijo, veso muitas bolinas blancas nas ruas e veso tambiem uns brinquedos que sobem os carros nas avenidas. As personas xingam mas passa. Veso folia de carnavali !!! mas só pode dançar que fizer el referências a cadeira, mesmo pero vacía.
- Começo a chorar.

-Calma mi hijo, mas continue a chorar para molhar a terra, porque não va chove el tão cedo. ( de Pablo Garcia 2013)

Perolas de Pablo Garcia I

"Guiado por ventos do norte passei por desertos e pântanos até que meus velhos olhos semi-abertos pela chuva que caia, vislumbraram um pequeno vilarejo nos contrafortes de uma montanha. Em uma placa enferrujada eu lia Villa dos lobos - decifra-me ou te devoro.
Confesso que após o vendaval a vista da pequena vila era auspiciosa, era pequena e muito simpática.
Pela minha idade avançada e muitas paragens, vivenciei muitas coisas e aprendi que devo aprender sempre. Porém nada foi tão triste como este relato que vos apresento.
Observei que as pessoas que ali habitavam, na sua grande maioria, andavam de cabeça baixa e tinham uma expressão de arrependimento no olhar.
Conforme fui aclimatando no ambiente, dia após dia, percebi que a vila estava às moscas, lixo por todo lado, ruas com buracos, comércio fechando as portas, desemprego por todo lado, adolescentes se esvaindo em sonhos ilícitos, escolas banhadas de mau aprendizado. Tudo estava cinza e triste, aqui e acolá se via uma bolinha na via pública pintada de branco, indicando que era contorno de trafego.
 Cheguei a uma espécie de totem tribal diziam que se chamava semáforo, ser solitário que espreguiçava no centro do povoado, indicando nada a lugar algum.
Mas, todos tinham o maior respeito pelo ser. Diziam que ele fazia profecias.
Poetas bêbados estirados no chão centenário diziam que a luz verde indicava alguma esperança no futuro, por isso os carros continuavam a trafegar quando ele acendia.
Mas, que o amarelo era o sinal do desespero atual que vivia a população.
E que o Vermelho, ah o vermelho...
...Era o sinal DA BESTA, a saúde do povo estava muito mal.
O povo estava doente, sem nenhum tipo de assistência, crianças, velhos e gestantes ficavam nas filas por semanas, meses para um atendimento ineficaz e muitas vezes até desastroso para a saúde. Locais de atendimento eram fechados por fatos sobrenaturais, funcionários não queriam trabalhar, faziam o que queriam e quando queriam.
Os dentes caiam sem tratamento, muitas crianças morriam ainda antes de nascer, e quando nasciam nunca era na vila, pois ali não tinha ninguém para ampará-las. 
E ainda por cima a população estava á mercê de outra praga, um endiabrado duende que comia tudo que via pela frente, principalmente as mulheres. Sacrificava as coitadas ao trabalho e depois se alimentava das pobres.
A besta era insaciável. Comer muito era seu único objetivo.
Estava gordo, forte e saudável afinal seu alimento era sangue de moça e muito dinheiro.
Portanto quando na luz vermelha, os carros paravam e alguns até faziam o sinal da cruz em sinal de medo e pânico pelo pior.
Porém, a vila tinha uma pequena parcela de pessoas que viviam bem, muito bem por sinal, eram todas amigas do rei da vila que por sinal era amigo do duende.
Alguns eram cidadãos antigos da vila, gordos de tanto comer um alimento muito apetitoso no inicio, mas com um efeito colateral desastroso, o chamado Paulinus Poder.
Esse alimento era um engodo, mas somente se descobria quem o comia e o pior, tardiamente.
A vila era o retrato da vaidade do rei e sua corte de insanos imbecis, também de bobos da corte, aliás, estes últimos eram o que mais tinha."  por Pablo Garcia 2013


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

TRAJETÓRIA



“A vida é tão curta e o ofício de viver, tão difícil, que, quando se começa a aprendê-lo, já há que morrer.”
Há quem interpreta esta frase do escritor argentino José Sábato, como quem anuncie o fim da vida, discordo completamente, penso em algo assim, aprendemos um pouco todos os dias e algo que a sabedoria não havia iluminado deverá morrer. Neste eterno aprendizado estão nossas experiências exitosas, mas, também nossos maiores fracassos, morte de nossas fraquezas e construção de nossas fortalezas. 
Assim, há 30 anos de volta a esta pacata cidade, recém formado de uma universidade federal, cheio de planos, resolvi ficar e focar meu aprendizado no sentido de corresponder com minha responsabilidade social e débito romântico com a aquela que me viu crescer. Monte Santo. 
Iniciei minha vida profissional, quando digo este termo me refiro a serviço prestado com remuneração, fui convidado a trabalhar na Prefeitura em 1986, como Farmacêutico-Bioquimico, ainda eu não era concursado. Não havia farmácia propriamente dita, nem laboratório de análise clínica na Prefeitura, idealizei e assinei um projeto que encaminhado a um órgão da Secretaria de Estado e Saúde, foi concedido toda aparelhagem, material de consumo e material de construção para o primeiro laboratório de análises clínicas da prefeitura, construído como um anexo junto ao posto de vacinação. Trabalhei durante muitos anos como bioquímico responsável, atendendo toda a demanda de exames oriundos de consultas do sistema de saúde e prestando serviço ao controle da hanseníase. 
Com a entrada de um novo prefeito, por questões politiqueiras e favorecimento a outros e outras, aconteceu o previsto, ao voltar das minhas férias anuais, o laboratório estava fechado, e os exames comprados do laboratório da Santa Casa de Misericórdia, pelo dobro do preço e ainda ofereciam meus serviços gratuitamente para fazer os exames. 
Importante: o laboratório que foi fechado não dava praticamente nenhum gasto ao município, pois o material de consumo vinha do estado, o meu salário nesta época já era como funcionário concursado e efetivo. 

Por questões de cunho ético/profissional entrei em desentendimento com a equipe daquela instituição e passei a assinar responsabilidade técnica da farmácia municipal, que até então funcionava sem farmacêutico. Reprogramei toda a dispensação de medicamento, controle de estoque, guarda de medicamentos psicotrópicos, controle de compra e instituição da padronização dos medicamentos utilizados, segundo os critérios epidemiológicos e logísticos. 
Foram instituídos os grupos de orientação aos hipertensos e diabéticos para minimização das sequelas, controle de pressão, cartão de controle semanal, palestras mensais (falava-se sobre a nutrição adequada e atividade física, uso racional de medicamentos) e entrega mensal de medicamentos personalizada. Tudo isto dentro do espaço da farmácia, foi um trabalho inédito na época, e tema de matéria da revista “Pharmácia”, periódico do conselho federal de farmácia. 
Fui, convidado a prestar serviço como secretário municipal de saúde, desde então este cargo era ocupado apenas pró-forma pelos antecessores, não tinha local físico de funcionamento nem corpo de funcionários específico. 
Após a secretaria fisicamente montada e com dois funcionários, fiz um trabalho de oito anos em duas gestões. Foram épocas de muito trabalho, muitas responsabilidades, e no início pouca experiência administrativa, mas sempre com a vontade enorme de dar o melhor. 
Findo meu trabalho, deixei uma frota de quase 20 ambulâncias em pleno funcionamento, incluindo uma semi- UTI com equipamentos necessários para emergência no transporte de casos graves, um ambulatório de especialidade médicas, que funcionava sem fila e horário de consulta marcado, para consultas de: ortopedia, cardiologia, mastologia/ginecologia, urologia, cirurgia geral, oftalmologia (três médicos), otorrinolaringologia e consultas de psicologia. 
Ambulatório de ultrassonografia, equipado com aparelho de ultima geração para época onde três profissionais médicos revezavam cinco dias por semana de atendimento. 
Ambulatório de Pediatria: com dois médicos pediatras e atendimento diário, inclusive em certa época com plantão no pronto atendimento. 
Das oito equipes de saúde da família existentes, Implantei seis equipes, com 100% cobertura da população urbano e rural e oito equipes de saúde bucal implantada e equipada.
Compra de uma unidade móvel rural – ônibus equipado com sala ginecológica, consultório médico e gabinete odontológico para atendimento na zona rural. Aquisição de duas viaturas para levar os profissionais das equipes de referência para zona rural.
Projeto estrutural aprovado com verba em caixa, destinada para construção dos prédios para cinco equipes de saúde da família.
Todos os programas para atenção a saúde da mulher, a criança, ao idoso, ao hipertenso e diabético e a gestante eram fiscalizados de perto e protegidos pela Secretaria de Saúde. 
Farmácia e almoxarifado de saúde recebiam um carinho todo especial e em época alguma deixou de servir a comunidade, de modo a atender tanto a demanda de receitas, materiais e equipamentos para o pronto atendimento, quanto atendia aos prescritores que tinham acesso na realização da lista de fármacos e materiais padronizados. 
Foi realizado convênio com dois laboratórios de análise clinicas da cidade, e cota de exames liberada para pré-natal e urgências;
Também realizado convênio com o departamento de radiologia da Santa Casa.
Construção do CAPS, centro de atenção psicossocial, formação do corpo de funcionários: psiquiatra, médico clinico, enfermeiro, psicólogo, terapeuta ocupacional. Desta deu-se inicio a saúde mental no município propriamente dita, com local adequado e corpo de funcionários específicos. Houve a diminuição das internações psiquiátricas, mais a garantia e atendimento personalizado e humanizado ao portador de sofrimento mental.
Revitalização da Vigilância Sanitária Municipal, oferecendo cursos de boas práticas para manicures, donos de restaurantes e lanchonetes, cabeleireiros. Fiscalização regular ao comércio e eliminação dos trailers e carrinhos de lanches, impossíveis de adequar às regras de boas práticas de manipulação de alimentos. Aquisição de veículo para diligencias e fiscalização da VISA.
Grandes conquistas com a Santa Casa de Misericórdia, fizeram a instituição do parto humanizado e com presença do médico clinico e pediatra no momento do parto. Poucos partos, exceto os de risco eram realizados fora do município. 
Atualmente sou farmacêutico do CAPS, e desenvolvo trabalho multidisciplinar junto com a equipe, este trabalho veio a enriquecer meu currículo que até então não tinha experiência com saúde mental. 
Em vias de aposentar, tenho a dizer que atualmente estou há 14 ANOS, sem adequação salarial, ganho um terço do piso salarial estipulado para farmacêuticos no Brasil, sem plano de cargo e carreira, ganho menos que serviçal que abre os portões do CAPS.
Foi-me concedida pela atual gestão uma dobra de turno, que favorecia um aumento no ganho, atualmente foi cancelada por retaliação a um texto que publiquei denunciando as péssimas condições de alimentação dos pacientes do CAPS.
Pensei em publicar minha trajetória, primeiro porque iria me fazer bem e segundo para que sirva para alguém que queira ser funcionário público municipal, afinal, a trajetória é toda de responsabilidade minha. 
Para o desamparo salarial e a desvalorização profissional existem Culpados? Começaria pelos sucessivos prefeitos os quais eu fui servidor, que, não levaram a sério, desvalorizaram de maneira geral e irrestrita a carreira do funcionário público municipal, não instituíram um plano de cargos de salários que fosse justo com as conquistas de cada servidor; O sindicato dos funcionários públicos municipais -SEMPRE, sempre povoado de pelegos ligados a situação de governo e também nunca fizeram sua parte em determinar algo que validasse sua existência, a não ser desfrutar dos dividendos arrecadados; E por último, os próprios servidores, o qual me incluo, que nunca tiveram união, e sempre revezaram nas benesses exclusivas de gestão, ganhando em umas e perdendo em outras, mas nunca defendendo a classe de modo geral, sem pensar no futuro dos outros e no seu próprio futuro solitário.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não façam como eu, seja um monte-santense ausente



Tenho visto uma constante exortação de monte santenses ausentes à terra natal. 
Nada mais digno, um resgate as raízes e aos antepassados, afinal história não se descarta, nem se discute. 
Muitos deles foram  atrás da sobrevivência, sucesso, construir seu patrimônio intelectual/cultural e/ou econômico. 
Alguns, deram certo, outros não. 
Porém, sem desprestigiar ou desmerecer ninguém, afinal cada um "tem sua história", gostaria de exortar hoje àqueles que ficaram em Monte Santo ou foram se preparar profissionalmente e voltaram. 
Se me permitem, coloco a minha experiência neste texto como pleno sabedor da causa. 
Desavisados nos chamam de fracos, por não termos coragem de enfrentar o novo. Eu digo corajosos por desistir do novo que poderia nos ter oferecido oportunidades de crescimento em vários sentidos. Mesmo assim ficamos e optamos por enfrentar a oligarquia monte santense. Cara a cara. Frente a Frente.
Talvez em nome da proteção aos familiares;  por ideal, ou até  ufanismo "montessanteiro"- enaltecidos com as belezas naturais, riquezas e potenciais do lugar fizemos a tentativa de dar o melhor de nós, empregar toda capacidade intelectual conquistada lá fora e emprega-la no romantismo de pertencer a terra natal. Este pertencimento do lugar é que nos fez não pensar em nós mesmos. Este sentimento de desapego ao que é inerente ao futuro promissor individual nos levou a  desapropriação do pertencimento por parte do coletivo oligárquico. 
Visto que, o que rege nesta sociedade e em muitas outras é o que possuímos em bens materiais, o que acumulamos em metal e tijolos, mesmo que seja fruto da corrupção, do abandono de valores solidários, éticos ou legais. 
O fato de uma conduta reta, que com o trabalho digno proporcionou  o bem coletivo passa ser irrelevante e cai ao esquecimento. 
Neste Janeiro próximo completo 53 anos e 31 anos de prestação de serviço a este município, eu fui e voltei na esperança de pertencer a este lugar, Errei. Investi incansavelmente no bem estar dos meus familiares e também àqueles que dependiam do fruto do meu profissionalismo. Pautei minha vivência pelo que sempre entendi como ético, justo e probo. 
Hoje analiso vários deslises e erros, frutos da inexperiência ou até da pressa de querer acertar. 
Posso dizer que a cidade continua linda, suas montanhas e cachoeiras, sua arquitetura. 
Mas, em meu corpo transcende um sentimento de decepção,  abandono e fracasso. 
Fracasso. Palavra que dói muito, quando se fala. Abandono. Palavra que tem um retorno. 
Decepção. Palavra mórbida, por isso estou doente. 
Nunca de arrependimento pois faria de novo. 
Faria diferente mas, faria de novo. 
Porém, não aconselharia ninguém a fazer o que fiz, vão te embora enquanto é tempo.
Sejam monte santenses ausentes. 
Nada paga  um amparo seguro e o fato de não presenciar os desmandos, a incompetência e ver tudo se acabar. 

“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. 
Tentei salvar os índios, não consegui. 
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. 
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. 
Mas os fracassos são minhas vitórias. 
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
Darcy Ribeiro




domingo, 29 de dezembro de 2013

Bula



Bom Despertar a todos

                               Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velho não. Você acha que eu sou?

     
"Tenho consciência de ser autêntico e procuro superar todos os dias minha própria personalidade,      despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
  O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear   otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende."
CORA CORALINA





onde vou passar o reveillon? 

Perguntaram-me onde vou passar o reveillon. Para mim significa o final do calendário, data instituída em 46 a.c por Julio Cesar, imperador romano, o primeiro dia de janeiro como o inicio do ano novo. 
Reveillon é uma derivação do verbo francês “réveiller”, que significa “despertar”. 

Despertar? Não temos que fazer isso todos os dias? 

Há quem dê a data uma conotação mística de esperança em dias melhores, ou a previsão de facções pessimistas que falam em dias amargos, ainda há os que dizem que é a chegada do final dos tempos. Defini-lo não está na minha lista de desejos nem de prioridades.

Vejo como um feriado onde se reúne a família ao redor da mesa, aliás, minha família cada ano está cada vez menor, portanto a mesa cada vez mais pequena.
Eu não troco a companhia de amigos queridos por pseudofestas, onde reúnem-se pessoas travestidas de branco paz, mas no coração está vermelho guerra, flores sem aroma, comida cara e sem alma, sorrisos e beijos falsos.

Os Corruptos, desonestos, malandros, safados, que fizeram maldade o ano inteiro são acometidos por um sentimento benevolente e até capazes de atos caridosos, jogam esmolas em forma de comida aos necessitados ou em forma de abraços aos subordinados e subalternos, alguns até oferecem cestas básicas de natal ou panetone duros.
E os fogos ? Acho fogos de artifício um resquício da era jurássica, algo parecido com lavas vulcânicas dos primórdios dos tempos, sem contar o cheiro de enxofre que deixa no ar.

Sobre o champanhe, adoro, mas está cada vez mais caro algo que valha a pena ser tomado, ainda fico com minha velha e amiga vodka. Mas isso eu faço todas as sextas-feiras. 
Bom Despertar a todos .