sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Retrato


segredos.jpg

eram pontos escuros salpicados no branco do papel.




as imagens já desmaiadas,


não apresentavam formas definidas.


a lembrança desata o nó,


da infância a juventude,


o tempo encorajou,.


a inocência se perdeu,


o vento ressecou,


o amor maltratou.


onde está o olhar


iluminado como manhã de sol?


perdido de nunca ter,


nublado de tanto ser,


guardado de nunca estar.


se Deus me desse poder,


faria renascer o querer,


só para ver


como pássaro voar.



segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Delírio da alegria

image0011.jpg 



 não paro de ouvir
que tudo que escrevo é melancólico,
fazer algo up é o plano.
inalar o riso dos tristes,
desatar de tanto rir,
 estar numa boa é
comprar Q.boa no empório,
chegar perto Ozório,
ouvir piada no velório,
fungar na nuca do Juca,
não pagar a conta nunca,
ouvir a voz da wanderléia,
comer geléia com o dedo sujo,
tirar o mofo da puta,
dizer que nunca houve outra igual.
mas pra que rir tanto?
logo
Contar a conta no vermelho do banco,
misturar com eunucos sem ficar puto,
mover oceano de merda
para chegar na frente do pior e
dizer adeus.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sozinho

solidao.jpg 


A palavra que os ouvidos diziam,


desmemoriar, deletar


o sacrossanto privilegio de não esquecer.


raios que escureciam,


tinha gosto de jornal.


o dia era cinza,


se perdia na excomunhão do deus prozac.


fazia se perder.


sentia saudade de não ver o obvio,


tudo era  sólido e sem alma.


o olho insone fixava sua imagem que distorcia


e contorcia como calidoscópio preto e branco.


os pés tateavam a sensação gelada e lodosa


do fundo do poço.


lembrou da mão do homem abjeto,


objeto da dor,


O Tempo, Tempo, Tempo


trouxe luz.


devolveu  a sanidade,


a convalescença.


loucamente os humanos são dotados de poder.


a alegria reagia com a incrustada cadeia de fosfato,


chegou  a imensa felicidade de estar só,


a liberdade de ser,


o poder de estar incólume a seu nome.


Você não é nada,


só é  dor que passou.   

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

É Natal


cartao003.jpg 


Já é natal. 


Não posso me conter.


em volta da mesa pessoas se juntam em nome do peru, do abacaxi da pinha,


dormem enfastiados, vomitam e peidam para os que nada tem.


sorrisos e choros de crianças mal criadas,


nunca se satisfazem com o que traz o  velho gordo.


outras adormecem sobre o estômago oco,


sonham com altdors cheios de sorrisos e presentes vermelhos,


andam pelas ruas no ritmo dos sinos que os fazem lembrar que foram esquecidas.


solitários, trôpegos e famintos margeiam o canal procurando o pasto,


burros e jegues sopram e aquecem o prato vazio,


a estrela sumiu no meio da fumaça de veneno.


reis negros e brancos trocam tiros no bar da esquina delimitando o território.


Meu Deus !!!!!!!!!!!!!!!!


esqueceram o menino.