quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Antínoo


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Atínoo-M. do louvre

  • por Marguerite Yourcenar uma obra de literatura-arte dos anos 50, por Adriano, imperador romano, o mais  amado, a tal ponto que o transformaria em um deus, referenciado pela humanidade até os dias de hoje.

  • pelo próprio Antínoo, a total doação.

  • por Édouard-Henri Avril, a inspiração erótica.

  • por Fernando Pessoa, a poesia.

  • por Roma, a alavanca para o progresso das artes, arquitetura, das leis e do imperio.

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 Para constatar a genialidade da obra de Yourcenar, em Memórias de Adriano,um misto de pesquisa histórica romanceada, ficção e realidade, somos convidados a viajar pela vida da autoraMarguerite, sobrevivente de uma paixão impossível por um homem que gostava de outro homem (1936), encontrou e amou Grace Frick(1937), americana, na casa de quem já havia passado um longo inverno. Instala-se em companhia de Grace Frick na solidão da ilha de Montes-Desertos (Maine-EUA), torna-se cidadã americana em 1947. Começa a escrever o romance Memórias de Adriano em 1949 e o termina em 1951, no livro “Ela evoca um homem que constrói sua felicidade “como uma obra-prima”, mas que a paixão pelo belo Antínoo (ou Antínous) e a dor de sua perda vão transformar numa vertigem de imortalidade a glória do ser amado.”A questão é: A obra retrata o momento da autora, inspirada pelos acontecimentos de sua própria vida amorosa, ela se auto-exilou com sua amada Grace em uma  ilha americana,  como se protegesse  a relação dos olhos maliciosos  e do preconceito do  resto da humanidade, na obra, ela foca Roma de Adriano, que foi  antecedido por vários imperadores conhecidos pelas urgias e erotismo que compunham suas vidas amorosas, relata com quase inocência,com total sensibilidade e categoria literária, o amor homossexual de Adriano eAntínoo. O livro nos traz o otimismo de Adriano em administrar o império como um filósofo grego, proporciona a evolução das leis que passaram a dar  direitos às mulheres e amenizava o tratamento  do séqüito de escravos palacianos, era adepto a paz e a conversação com os adversários, fundamentou o sistema educacional para os romanos, era adepto das artes  e de inovações arquitetônicas. Toda a sensibilidade que Adriano utilizou para a evolução administrativa do império foi como uma  reverência ao amor que vivenciou a cada momento da  historia, sem se incomodar com as intrigas da corte e tem o desfecho final a  relação com Antínoo, o mais amado de todos  e a desgraça que gerou sua morte. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Situação

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È quase noite, o relógio  espanca o tempo que passou.

Desponta o momento para logo desaparecer na fumaça.

Ele pensa estar flutuando, quase enxerga a plenitude.

A realidade o acorda, encosta a boca suja no peito e suga o leite de tempos

vividos.

Nada sobrou.

Cínica onda que trouxe o prazer, agora enfia no frio do mar e esconde no sal

dos seus olhos.

Torpes pecados povoam a mente, o erro foi nunca tê-los vivido.

O que fizeram dos seus dias?

A porta de correr jamais será aberta, suas mãos agora descansam no ócio

forçado.

Nada a fazer.

Filas, entrevistas e cadastros foram deixados para traz.

O pão fresco, o cheiro do café com leite.

O doce aroma matinal sempre trazia a expectativa do trabalho a ser

cumprido, dias de dignidade se foram e se perderam na crosta do sistema

falido de quem agora tem o poder.

De mãos estendidas reclama a sorte.

Grande delito!!!

dedicar demais, arrebentar o peito na luta e procriar a labuta.     

Expurgo do tempo

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preciso de horas,


deitar e ouvir


o cochicho do tempo,


sentir,


sem chorar,


voltar.


pegar o ar com a boca


e falar,


dissimular a dor,


abrir o passo,


entrar,  


beber,


e compor


versos,


mesmo que sejam tarde.


ainda vou ver


a claridade da aurora


nascer


do tumulto ridículo de ser


um dia


de cada vez.