sábado, 12 de setembro de 2009
robert mapplethorp
Sobre a leitura da biografia do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe escrita por Patricia Morrisroe, jornalista do The New York Times/1997.
A autora nos leva a Nova York dos anos 70 e 80, relata sobre a vida conturbada deste artista (que não gostava de ser chamado de fotógrafo) e sua relação com as drogas e o mundo sadomasoquista gay. Morrisroe extrai de cada momento a essência crua dos acontecimentos, sem nenhuma referencia romântica, apenas os fatos na sua nudez jornalística.
Há muitas linhas literárias adotadas para escrever uma biografia, em algumas o autor mescla os fatos com conjeturas de caráter íntimo, muitas vezes por ter tido contato com o biografado, porém não é este o caso desta biógrafa.
O desenrolar da vida do artista e seus relacionamentos, nos faz repensar os significados de “anjo e demônio”. Marppletorpe autointitula-se como demônio, porém paradoxalmente este fato se traduz na inocente procura da sua própria identidade em conflito, o “bem – heterossexual e o mal – homossexual”, segundo era caracterizado a orientação sexual naquela época.
Nascido em berço católico viveu sua infância e parte da adolescência no modelo da virtude, chegou a tentar a carreira militar fazendo a sua existência adequada aos desejos dos pais.
Quando assume sua homossexualidade se perde em um emaranhado autopunitivo, materializado na suas fotografias sadomasoquistas. Nos relacionamentos amorosos, procurava sempre nos parceiros a figura materna/ paterna.
domingo, 29 de março de 2009
essência
domingo, 22 de março de 2009
Nossa Culpa
A defesa da ecologia, o desenvolvimento sustentável e o investimento na área social são temas do marketing comercial de alguns grupos empresariais e marcas famosas de domínio nacional e internacional.
O aumento das vendas é garantido pelos economistas, virou sinônimo de elegância e simpatia, marcas de cosméticos, empresas de medicamentos e outras que investem parte dos seus lucros na alfabetização, na cultura dos adolescentes pobres, no combate a fome do terceiro mundo e no desmatamento da Amazônia.
Os beneficiários desses investimentos são aqueles paises, como o Brasil, onde ainda imperam a pobreza, a ignorância, a falta de investimentos descentes na área da saúde e da educação e cultura.
Isso toca a alma de nós humanos e de certa forma, tira de nossas costas, a responsabilidade que temos para aqueles que não possuem o mínimo necessário, ou ameniza nossa culpa, por desfrutarmos inclusive do supérfluo.
Ilusão, engodo da mídia comercial, muitas dessas empresas investem o mínimo dos seus lucros no desenvolvimento humano e recebem rios de dinheiro as custas da poluição ambiental que é patrimônio da humanidade, e ainda gozam das benesses do financiamento do dinheiro público para seus investimentos,ou seja, os famintos e desnutridos patrocinam os grandes salários dos seus próprios carrascos executivos.
Nós somos responsáveis por tudo isso.
Somos culpados quando colocamos no poder político da Nação, criaturas ignóbeis para dirigir e manipular as leis e os recursos públicos, que beneficiam poucos e patrocinam a vergonha nacional.
Um pequeno exemplo dessa vergonha aconteceu em janeiro deste ano de 2009, o senado brasileiro estava em férias, salas e gabinetes totalmente vazios, mesmo assim pagou horas extras para funcionários fantasmas, foram 6,2 milhões de reais gastos. Cifra que daria para fornecer 18.594 cestas básicas para os famintos, ou financiar milhares de livros didáticos para nossas crianças.
Enquanto vemos as estatísticas da mortalidade infantil, do empobrecimento da nação, dos pequenos índices atingidos pela educação, enquanto aplaudimos a esmola da iniciativa privada, bebemos nossa amarga cerveja no final de semana e brindamos por dias melhores.
segunda-feira, 16 de março de 2009
O alho e o bugalho
Alho, Allium sativum, uma planta perene cujo bulbo (a "cabeça de alho"), composto por folhas escamiformes (os "dentes de alho"), é comestível e usado tanto como tempero como para fins medicinais
Chama-se bugalho a uma excrescência de forma arredondada que se forma em algumas espécies de árvores do gênero Quercus (carvalhos, sobreiros e azinheiras).
Nunca vi um bugalho, mas dizem que são bem parecidos. Por isso o dito popular "Não confunda alhos com bugalhos".
É incrível como esse dito popular sempre está tão presente, desde sempre, no contexto da nossa sobrevivência neste planeta. Digo sobrevivência porque me causa grande pesar e algumas vezes certo cansaço, deparar com argumentos vazios, completamente refratários ao conteúdo construtivo. Mas o que fazer se não conviver - isso é democracia - e democracia é soberania popular.
O que fazer por hora se não rir .
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
sobre o carnaval de Monte Santo de Minas
O carnaval da inalterabilidade
Partindo da premissa que para perpetuarmos a espécie humana necessitamos da história e da cultura de um povo e que o carnaval utiliza ingredientes lúdicos e fabulosos como ferramentas para transmiti-las às platéias.
Digo que a mais de trinta anos assisto ao mesmo filme, nas ruas monte-santenses: a disputa das inúmeras penas e brilhos pendurados nas mesmas pessoas, de forma bastante comum e inalterada no decorrer do tempo.
A vitória sempre é bilateral, cada troféu fica guardado nos guetos familiares, nas conversas das comadres, demarcadas por uma posição geográfica urbana.
Onde está a contribuição do pagamento da dívida cultural popular?
Onde se encontra o passaporte cultural para a historia?
Podemos responder, cinicamente, na concessão da permanência da classe de menor poder sócio-econômico em cultuar o brilho de seus senhores.
Já chegou a hora das agremiações carnavalescas de Monte Santo se preocuparem em dar ao povo a sua contribuição cultural.
As pessoas merecem muito mais, no mínimo, o exercício mental de descobrir o novo, o contato com a informação.
O poder público investiu e inovou na infraestrutura, contribuiu financeiramente para com os blocos, proporcionou o conforto merecido para a platéia, falta agora exigir dos dirigentes e carnavalescos o pacto sócio-cultural para a população.
Enquanto expectador ai vai uma sugestão - um enredo, um tema para 2010, que seja inovador e veículo de conhecimento a nossa gente, caracterizado pela ousadia de colocar o novo na rua.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Fevereiros
Me perco no
Rosnar da dor.
Destino humano.
Achar
O sentido do prazer.
Dias chuvosos.
Água espalhada no banheiro,
Descansar na sala sem sofá.
Me achar
E rachar de rir.
O destino me trouxe você
E você descansou em mim.
domingo, 18 de janeiro de 2009
cabo chuva
É esse o nome que dei a cidade de Cabo Frio, trancado no apart. por dois dias tive a oportunidade de traçar esse post e deu para sentir porque o nome “cabo frio”, até comprei uma blusa de lã. Por sinal, presente do marco que ficou penalizado de ver meus dentes baterem uns aos outros. Mas tirando o frio e a chuva, foram quatro dias de sol, com direito a bloqueador número 30, chapéu e guarda sol. Nesta vida tudo se aprende, jamais imaginei passar as quatro estações do ano em uma semana, no estado do Rio de Janeiro. Para sentar na praia 5,00, para ficar sob o guarda-sol + 10,00, para fazer pipi são 3,00 e para tomar banho de água doce é grátis, mas não acha em praia alguma um chuveiro para tirar o sal do corpo. Ah... Para estacionar o carro na rua são 4,00.
Foram dias mágicos, Armação de Búzios é apaixonante, foi lá que curti o dia 7, dia em que Deus disse “hoje vai nascer “o cara””. Um pasto de degustação de frutos do mar, em um simpático arraial a beira mar. Lá comprei meu São Francisco que dei de presente a minha sala, meu local de trabalho. Falando em trabalho lembrei dos nativos cabo-frienses... Tudo lá funciona depois de horas... O Forte só abre para visitação depois das quatro da tarde, a lanchonete fecha a tarde, a pizzaria só a noite e assim vai indo. Comentei com meus companheiros de viagem, que horas será que praia abre para os banhistas... Mas foram dias mágicos, até esquecemos que teríamos que sair da pousada no sábado ao meio dia, tivemos que fazer as malas e descer para portaria em 5 minutos, lembrados com ênfase pela recepcionista simpática como uma professora russa. Depois foi só ir para rodoviária trocar as passagens, pois compramos todas para o domingo. Mas foram dias mágicos...