sábado, 12 de setembro de 2009

robert mapplethorp

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Sobre a leitura da  biografia do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe escrita por Patricia Morrisroe, jornalista do The New York Times/1997.

A autora nos leva a Nova York dos anos 70 e  80, relata  sobre a vida conturbada deste artista (que não gostava de ser chamado de fotógrafo) e sua relação com as drogas e o mundo sadomasoquista gay. Morrisroe extrai de cada momento a essência crua dos acontecimentos, sem nenhuma referencia romântica, apenas os fatos na sua nudez jornalística.

Há muitas linhas literárias adotadas para escrever uma biografia, em algumas o autor mescla os fatos com conjeturas de caráter íntimo, muitas vezes por ter tido contato com o biografado, porém não é este o caso desta biógrafa.

O desenrolar da vida do artista e seus relacionamentos, nos faz repensar os significados de “anjo e demônio”. Marppletorpe  autointitula-se  como demônio, porém paradoxalmente este fato se traduz na inocente procura da sua própria identidade em conflito, o “bem – heterossexual e o mal – homossexual”, segundo era caracterizado a orientação sexual  naquela época.

Nascido em berço católico viveu sua infância e parte da adolescência no modelo da virtude, chegou  a tentar a carreira militar fazendo a sua existência adequada aos desejos dos pais.

Quando assume sua homossexualidade se perde em um emaranhado autopunitivo, materializado na suas fotografias sadomasoquistas. Nos relacionamentos amorosos, procurava sempre nos parceiros  a figura materna/ paterna.