A maior demanda por habitação está concentrada entre as famílias com renda inferior a dois salários mínimos (R$ 1.244). Hoje essas famílias representam 83% da necessidade habitacional no Brasil. A situação fica ainda mais difícil quando levamos em conta as projeções do IBGE: em 2050, o Brasil chegará a um déficit de 30 milhões de moradias. “Para zerar o déficit habitacional, seriam necessários investimentos de R$ 160 bilhões.”
2. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo de hoje dia 09/04/2012, Um em cada três ministros recebe auxílio-moradia Benefício de até R$ 6.680 mensais não entra na conta do teto salarial de R$ 26,7 mil e ajuda a engordar rendimentos de 13 titulares da Esplanada. Aqueles que não recebem o “incentivo”, ocupam imóveis funcionais, ou seja, imóveis do próprio governo.
Ora se um ministro que ganha 26.000,00 mensais precisa de um incentivo para moradia de 6.680,00/mês, como ajudar um pai de família com renda inferior a dois salários mínimos, que representam 83% da habitacional do país?
3. Uma das maiores autoridades mundiais em moradia. Tanto que se tornou relatora especial para o Direito à Moradia da Organização das Nações Unidas (ONU). Sem meias palavras, Raquel Rolnik, arquiteta e urbanista da Universidade de São Paulo (USP) condena a política habitacional do País. Para ela, o Ministério das Cidades, onde trabalhou de 2003 a 2007, age de forma esquizofrênica e só pensa em resultados rápidos e quantitativos. A qualidade, como no plano Minha Casa Minha Vida, foi totalmente descartada. “Corre-se o risco de se criar guetos de pobres, com violência e sem acesso ao trabalho e à educação”. A alternativa que ela defende é a criação de um modelo de gestão democrática para além dos requisitos formais. O objetivo é incorporar a totalidade dos habitantes e moradores em uma condição de cidadania.
A auxiliar de limpeza Graça Alves moradora do terreno do Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, despejados pela Justiça no final de 2011 , na pressa, não conseguiu pegar seus animais. “Pegaram a gente de surpresa, foi um terror. Meu papagaio que estava há 18 anos comigo ficou para trás, meus três cachorros. Eu nem consegui dormir, ninguém dormiu”, contou ela, que passou a primeira noite fora de casa em uma igreja que acolheu as famílias. O terreno de 1,3 milhão de metros quadrados, localizado na zona sul de São José dos Campos, pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo de Naji Nahas, que entrou com o processo para a retirada das famílias na época da ocupação. As famílias ocuparam o Pinheirinho no dia 27 de fevereiro de 2004, após a expulsão violenta dos sem-teto que ocuparam um terreno no bairro Campo dos Alemães. Segundo nota do PSTU, a ameaça de despejo das famílias trata-se de “uma ação criminosa da prefeitura do município, que protela, há meses, a emissão do documento que já poderia ter permitido a implementação do acordo feito entre o Ministério das Cidades do governo federal e a CDHU do governo do Estado” para regularização da área.
Qual a diferença da necessidade e do direito a habitação do ministro do poder federal e da moradora do Pinheirinho?
Nenhuma diferença me vem na cabeça, porém as condições da conquista deste espaço são bem diferentes, se levar em conta o poder aquisitivo DE AMBOS.
A nossa Presidente foi uma líder estudantil de esquerda, que participou dos anos de chumbo da política brasileira defendendo o direito de igualdade dos cidadãos e nem assim ela consegue através de um raciocínio lógico enxergar ESSA SITUAÇÃO PERVERSA?
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