Da janela do quarto a chuva derrama a lama, no berço alguém que já chorou adormeceu e calou. Vejo o cotidiano listrado da veneziana empoeirada desconheço o que sou porque algo transgrediu meu corpo. Não quero conversa nem amigos, não quero dor. A chama apagou no copo, cheira fuligem. Os órgãos reclamam o inóspito gosto da luz. Olho as paredes do quarto, idílica clareira de cipós entrelaçados como no pensamento, sigo a força vital, do nada surge o desgosto, adormeço, acordo e me empanturro.
O estomago dói , o corpo dói a alma está partida, vejo claramente a dualidade uma agacha sobre o tapete azul e a outra transborda o que se foi, levanta e vai trabalhar.
Profundo gostei!
ResponderExcluir