A palavra que os ouvidos diziam,
desmemoriar, deletar
o sacrossanto privilegio de não esquecer.
raios que escureciam,
tinha gosto de jornal.
o dia era cinza,
se perdia na excomunhão do deus prozac.
fazia se perder.
sentia saudade de não ver o obvio,
tudo era sólido e sem alma.
o olho insone fixava sua imagem que distorcia
e contorcia como calidoscópio preto e branco.
os pés tateavam a sensação gelada e lodosa
do fundo do poço.
lembrou da mão do homem abjeto,
objeto da dor,
O Tempo, Tempo, Tempo
trouxe luz.
devolveu a sanidade,
a convalescença.
loucamente os humanos são dotados de poder.
a alegria reagia com a incrustada cadeia de fosfato,
chegou a imensa felicidade de estar só,
a liberdade de ser,
o poder de estar incólume a seu nome.
Você não é nada,
só é dor que passou.
uau!
ResponderExcluirmuito bom Macabeu!
adorei...
e olha só:
hoje é meu dia no Versos de Falópio:
http://versosdefalopio.blogspot.com/
Apareça!
um beijo
Querido, tantas imagens fundas juntas...
ResponderExcluirmas esse sentimento de respirar já sem o peso, já no futuro de quem não é mais, é bom demais!
Beijos beijos
Salve, Macabeu!
ResponderExcluirMuito bom o seu blog!
"Sentia saudade de não ver o óbvio"
Belo poema!
Grande Abraço!
"Você não é nada.... Só a dor que passou..."
ResponderExcluirE este texto é tudo... e mais um pouco!
Genious! :D
Beijos quérido