“Temo que tudo isso acabe de uma hora para outra e eu volte ao hospital, aqui eu me encontrei.”
“Eu não vou internar vou?”
“Quando no hospital eu me sentia um lixo humano, não tinha nome nem cor, nem sapato. Eu perdi o meu nome”.
“Gostaria de esquecer de tudo, mas não consigo.”
(Depoimentos de pacientes do CAPS - 2010)
Iniciou com Dr. Pinel o batalha contra a internação e o isolamento da loucura. Século XXI e ainda constato as cicatrizes mentais, impossíveis de desaparecer, nos pacientes ex-internos, convivem diariamente com a nódoa provocada pela negação da sua individualidade, pela mortificação total dos seus desejos e anseios e o pior, da sua liberdade de exprimir os sentimentos. São degredados que foram perdidos em um pesadelo químico, indefesos das ações de violência e da covardia do tratamento manicomial.
Utilizam-se como estratégia para o entendimento, a separação temporal das diversas interpretações da loucura, porém, ela está presente na íntegra até os dias atuais. Nós ainda somos testemunhas do preconceito construído neste trajeto a contramão da humanidade e estamos longe ainda de viver sem eles. Ouvimos diversos profissionais da saúde e familiares de pacientes analisando o “sofrimento mental” como faziam antes de Cristo ou na idade média.
A loucura ainda precisa ser revista nos conceitos humanos, precisa ser deliciada com a convivência das diversas nuanças humanas, evidenciada por entes especiais, solidários e portadores de belezas infinitas.
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