Expurgo do tempo
preciso de horas,
deitar e ouvir
o cochicho do tempo,
sentir,
sem chorar,
voltar.
pegar o ar com a boca
e falar,
dissimular a dor,
abrir o passo,
entrar,
beber,
e compor
versos,
mesmo que sejam tarde.
ainda vou ver
a claridade da aurora
nascer
do tumulto ridículo de ser
um dia
de cada vez.
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