sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Expurgo do tempo

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preciso de horas,


deitar e ouvir


o cochicho do tempo,


sentir,


sem chorar,


voltar.


pegar o ar com a boca


e falar,


dissimular a dor,


abrir o passo,


entrar,  


beber,


e compor


versos,


mesmo que sejam tarde.


ainda vou ver


a claridade da aurora


nascer


do tumulto ridículo de ser


um dia


de cada vez.


 


 

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