segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sozinho

solidao.jpg 


A palavra que os ouvidos diziam,


desmemoriar, deletar


o sacrossanto privilegio de não esquecer.


raios que escureciam,


tinha gosto de jornal.


o dia era cinza,


se perdia na excomunhão do deus prozac.


fazia se perder.


sentia saudade de não ver o obvio,


tudo era  sólido e sem alma.


o olho insone fixava sua imagem que distorcia


e contorcia como calidoscópio preto e branco.


os pés tateavam a sensação gelada e lodosa


do fundo do poço.


lembrou da mão do homem abjeto,


objeto da dor,


O Tempo, Tempo, Tempo


trouxe luz.


devolveu  a sanidade,


a convalescença.


loucamente os humanos são dotados de poder.


a alegria reagia com a incrustada cadeia de fosfato,


chegou  a imensa felicidade de estar só,


a liberdade de ser,


o poder de estar incólume a seu nome.


Você não é nada,


só é  dor que passou.   

4 comentários:

  1. uau!
    muito bom Macabeu!
    adorei...

    e olha só:
    hoje é meu dia no Versos de Falópio:
    http://versosdefalopio.blogspot.com/

    Apareça!
    um beijo

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  2. Querido, tantas imagens fundas juntas...
    mas esse sentimento de respirar já sem o peso, já no futuro de quem não é mais, é bom demais!
    Beijos beijos

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  3. Salve, Macabeu!

    Muito bom o seu blog!
    "Sentia saudade de não ver o óbvio"
    Belo poema!

    Grande Abraço!

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  4. "Você não é nada.... Só a dor que passou..."
    E este texto é tudo... e mais um pouco!
    Genious! :D
    Beijos quérido

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