segunda-feira, 3 de setembro de 2007

06 anos sem Milton Santos

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Milton Santos: nascido no sertão bahiano, , formado em direito, Geógrafo doutorado na França, professor da USP , escritor e intelectual. Faz 6 anos que faleceu o professor Milton Santos, em 24 de agosto de 2001. Há 09 anos deu uma entrevista a Revista CAROS AMIGOS, resgatei alguns trechos da entrevista que provavelmente nos trará saudade da genialidade do professor Milton e para aqueles que não conheceram seu pensamento a certeza da perda de uma personalidade impar e brasileira.
Depoimento dos entrevistadores:
“A placidez, a serenidade, a fala lenta e pausada, os gestos naturais, os silêncios, o sorriso permanente, a risada aberta e gostosa, tudo nele irradia humanidade. Estar a seu lado traz a segurança de estar perto da sabedoria.”
Frases do entrevistado:

“ ... a solidariedade, não existe mais no Brasil.  A forma como se trata os aposentados – há um contrato da nação que cada pessoa cumpriu a vida inteira, e no fim dizem a ela: “Esse contrato não vale mais”. E isso é aceito! Então os diversos capítulos do que seria a solidariedade são bafoués, largados, e uma parte da sociedade aceita como normal porque estamos “no caminho da modernidade, para ser primeiro mundo”.”

Sobre o MST:
“Primeiro vejo como esse grito que a maior parte de nós não pode dar, não quer dar, que não nos convém dar. E creio que esse fim de século é dos paradoxos. Paradoxo é a contradição em estado puro, não é? Então, ao mesmo tempo em que o MST é criticado, ele é apreciado, pelo que contam as pesquisas.”
“... dizem-nos que o direito é para ser obedecido, quando na realidade ele é para ser discutido, pois o direito é o resultado de um equilíbrio provisório que se cristaliza – mas a sociedade continua dinâmica, então não se pode imaginar o direito assim imóvel como o querem. “
A política é feita pelas grandes empresas. Os políticos não fazem política, o aparelho de Estado não faz política, são porta-vozes. O povo faz política, os pobres é que fazem política . Porque conversam , porque conversando eles defrontam o mundo, e buscam enfrentar o mundo. E agem, quando podem, em função do mundo. Creio que essa é a questão do MST.”
“...é a ditadura da informação, e informação criadora de mitos e de símbolos que são a base da globalização...
O movimento da sociedade desprende o mito, desprende o símbolo. Tanto que os outdoors são mudados com o propósito de recriar a propaganda eficaz.
Então há um limite à vida dessas ideologias, e será que esse limite está chegando? Qual é o limite do Real? Qual é o limite, por exemplo, do cálculo da inflação?
A classe média vive do crédito. Ela deve, todos devem. Todos devemos. A gente paga. O custo do dinheiro é o custo da inflação oficial?
Outra coisa, a cesta básica. Vivem falando dela. Mas e os desejos? Sou chamado a ter mais desejos, pela publicidade incessante. Mais coisas foram criadas para me serem oferecidas . e a cesta básica fica imóvel. O resto não. Então, haveria que produzir outros discursos para apressar o limite da saturação do sistema ideológico que está por trás da globalização e do sucesso dos governos globalitários. Só que os partidos partem da análise dos economistas.”
NOTA:

Estreou dia 17 de agosto o documentário do cineasta Silvio Tendler, En

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