quarta-feira, 21 de novembro de 2007

morte








rosas.jpg


ela chega a  tarde,


espreita a noite.


nada de foice


traz um saco de saudade.


muitas vezes o alivio vem ao seu encontro


outras


vem surfando despreocupada na onda gigante ou


escondida no umbigo do homem lunático,


nestas horas trabalha incansável com o sedeiro.


extermina o coxo, o filho o avô


não tem medo do escuro


se deleita na manhã  de sol


chega de mansinho pega o menino no colo


dá-lhe  um beijo na fronte.


leva o gado do moço


bebe o café e fuma.


cria o caranguejo que mata.


sai do meu pé sua vagaba


pula do trem


vai fazer amigo no planalto ou na casa branca


pega sem compromisso.


tira o gorro, mostra a cara, joga arma fora, 


veste roupa amarela e


deixa o menino em paz.


 cartas_tarot1.jpg

3 comentários:

  1. Olá. Passei por aqui e gostei muito do que vi. Tô colocando no favorito de meu blog e volto pra olhar tudo direitinho. Tá mto bom. Parabéns!

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  2. Adorei... muito bom... adoro tratar a morte como amiga.

    gostei disso:

    extermina o coxo, o filho o avô

    não tem medo do escuro

    se deleita na manhã de sol

    chega de mansinho pega o menino no colo

    dá-lhe um beijo na fronte.



    Andre Jerico

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  3. e no final, por ironia ou não, eu suspirei.... profundamente.
    Muito bom!

    beijos.

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