quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tristeza Materna

Lendo o Estadão.com.br  de 05/12/2011, “Britânica relata como psicose pós-parto a levou a ser internada”- fiquei curioso a respeito do tema, procurei informações em vários textos de psiquiatria e psicologia o, o que levou-me a histórias de certas pacientes em atendimento no CAPS, local onde trabalho.
A literatura médica descreve as manifestações psíquicas mais comuns no pós-parto, como: blues ou tristeza materna, depressão e psicose pós-parto.  A relação e potencial sobreposição entre esses quadros não estão claramente definidas.
A tristeza materna é um transtorno autolimitado, com início nas duas primeiras semanas pós-parto, com incidência de 50 a 80%, sendo considerada fator de risco para depressão no primeiro ano após o parto. Ao contrário, a psicose pós-parto é relativamente rara, com incidência de 0,1 a 0,2%, e ocorre tipicamente dentro das quatro primeiras semanas após o parto, constituindo-se em emergência médica.
É difícil dizer quanto tempo dura a depressão pós-parto. Alguns casos duram uma semana, e outros podem durar meses. Os médicos recomendam tratar a depressão pós-parto desde o princípio. Se não tratar adequadamente pode persistir durante meses e até anos. A depressão pós-parto se trata igualmente a qualquer outra depressão. Trata-se com terapia psicológica e medicação.

Caso 1: TFS, após parto demonstrou superproteção, cuidados excessivos de higiene e apego doentio da filha. Após 2 anos cometeu o infanticídio e tentativa de autoextermínio, TCE sem seqüelas fisicas.
No decorrer dos dez anos do fato a paciente tentou o auto-extermínio por várias vezes e passou por 4 internações psiquiatricas. Diagnosticada pelo CID: 33.1, relata amnésia do assassinato e da tentativa de suicídio. Atualmente a paciente se encontra em tratamento no CAPS e ainda apresenta episódios de depressão importante.

Caso2: JB, apresenta um histórico de casamento aos 15 anos, espancada pelo  marido inclusive na gravidez, separou do marido com 4 filhos, passou a fazer programas. Na segunda união também não foi feliz, o cônjuge drogado, tentou estuprar sua filha de 11 anos, saiu desta união grávida do 5º filho. Voltou a fazer programa, tabagista desde os 14 anos, usou maconha por dois anos.
Na terceira união há 4 anos e  sexta gravidez, passou por muito nervosismo, irritação importante e alucinação, achava que a barriga estava cheia “bicho dos mortos”, após nascimento do bebê, houve piora dos sintomas, persecutoriedade, delírios com teor místico,  tentava puxar a língua da criança, que era o rabo do demônio, idéias delirantes de contaminação, idéias de infanticídio.
Atualmente a paciente esta em tratamento no CAPS, com os sintomas controlados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário